
É cada vez maior o número de publicações e sites hospedados anonimamente que promovem a distribuição deliberada de desinformação ou boatos, com a intenção de criar opinião púbica para obter ganhos financeiros ou políticos. Estas publicações submetem-se ao interesse de particulares publicando notícias falsas, criadas deliberadamente como propaganda para manipular as massas.
Conhecidas como fake news, as histórias fabricadas a partir do nada e com conteúdo intencionalmente falso são servidas ao público com manchetes atraentes para aumentar o número de leitores e para obter cliques e likes nas redes sociais. O seu caráter sensacionalista faz com que sejam propagadas a grande velocidade e consumidas por milhões de pessoas, provocando uma enorme influência na cultura popular.
O termo fake news teve origem nos meios de comunicação tradicionais, referindo-se ao fenómeno das notícias fabricadas. Recentemente, no contexto das eleições realizadas em França e nos EUA, ganhou uma dimensão preocupante nas redes sociais, causando uma forte polarização política com influência na popularidade dos candidatos e nas intenções de voto. Diversas notícias forjadas na redação de jornais, mais ou menos reputados, em sites de crédito duvidoso e em diversas redes sociais, lançaram notícias e boatos sem fundamento real acerca dos candidatos. Estas notícias foram divulgadas massivamente e apresentadas como sendo verídicas, criando uma nova realidade social e política a que alguém chamou de ”pós-verdade”.
A única arma eficaz para combater o fenómeno é promover um jornalismo de qualidade, através da criação de mecanismos que facultem informação fidedigna aos jornalistas e introduzam um sistema de credibilidade que garanta conteúdos e notícias de qualidade, reconhecidos em todas as plataformas.